Na segunda edição da Dica do Sommelier, Alan Marcel Castaman mostra que, realmente, há diferença entre cerveja na lata e cerveja na garrafa. Qual é melhor? Essa é uma pergunta que tem de ser respondida por você.
Muitos de nós (ou nós todos) certamente já participamos ou presenciamos um debate (muitas vezes acalorado) sobre cerveja na garrafa e cerveja em lata, procurando saber qual é a melhor. Fato é que, hoje, a cerveja da lata e da garrafa sai do mesmo tanque fermentador. Ou seja, é a mesma! Além disso, o processo de pasteurização é praticamente igual e, tanto a lata quanto o vidro, as embalagens seguramente não transmitem cheiros e sabores para a cerveja.
Quando falamos das diferenças, cabe lembrar que elas são mais voltadas a aspectos técnicos do que sensoriais, principalmente se falamos de cerveja de massa (mainstream), cuja concentração de lúpulo é muito baixa. Porém, quando falamos de cervejas mais extremas e lupuladas, o papo é outro. Deste modo, é muito difícil a gente perceber diferença no aroma ou sabor de uma para outra (mesmo que sejam de lotes distintos).
Resumidamente, a cerveja na lata tem a vantagem de estar protegida da iluminação (mas não do calor), enquanto que a garrafa (mesmo as de cor âmbar) permite que a claridade ultrapasse o vidro e modifique algumas propriedades da cerveja. Por outro lado, a lata é sensível aos impactos físicos que podem resultar em microfuros ou no rompimento da película protetora interna que evita o contato da cerveja com o metal. Fora isso, existe a questão da carbonatação da cerveja: a gaseificação na lata pode apresentar-se levemente mais intensa, dando a sensação de ser mais refrescante.
A ação da luz
Existe um termo para isso no meio cervejeiro: light-struck. São sabores e aromas indesejados que surgem em decorrência da ação da luz. Cervejas envasadas em latas estão livres. Mas, as de garrafas, principalmente as de vidro transparente ou verde, certamente vão apresentar tais aromas. Isso será assunto para a próxima dica.
Para tirar a prova entre lata e garrafa, fizemos um teste particular com 4 pessoas. Escolhemos duas marcas de cerveja de elevadíssimo consumo nas nossas lojas e as colocamos em temperaturas iguais de resfriamento, por períodos iguais de armazenamento. Por fim, servimos em copos plásticos transparentes. Confira os resultados.
BUDWEISER
COLORAÇÃO: lata e garrafa mantiveram-se iguais
FORMAÇÃO DA ESPUMA: iguais
DURAÇÃO DA ESPUMA: levemente mais prolongada na long neck
COR DA ESPUMA: iguais
AROMA: iguais
SABOR: levemente mais amarga a da long neck
SENSAÇÃO DE BOCA: mais leve e suave a da lata
EISENBAHN
COLORAÇÃO: iguais
FORMAÇÃO DA ESPUMA: iguais
DURAÇÃO DA ESPUMA: levemente mais prolongada a da lata
COR DA ESPUMA: iguais
AROMA: sutilmente diferentes
SABOR: evidentemente mais amarga a da long neck
SENSAÇÃO DE BOCA: mais leve e suave a da lata
CONCLUSÃO
Os testes comprovam que a ação da luz é prejudicial para a cerveja, resultando em alteração nas propriedades aromáticas e também no amargor (isso porque o lúpulo é o componente que mais sofre com a incidência de luz). Nos demais pontos avaliados praticamente não há alteração significativa. Portanto, se você é uma pessoa que se incomoda com os efeitos de light-struck, prefira as cervejas de lata.
#Bavihaus, a casa da cerveja em #SMOeste. #Itapiranga e #Blumenau!
Eu particularmente prefiro a cerveja long neck. Tenho a sensação de a cerveja de lata ser adocicada. Provavelmente eu sou fã do efeito lightstruck heheheheh