Com menos de um ano de funcionamento, cervejaria do Extremo-Oeste comemora medalha no Festival da Cerveja, aumenta variedade de rótulos e investe na ampliação da produção

A Big John, de Descanso, é uma das medalhistas do Festival Brasileiro da Cerveja, de Blumenau. O prêmio foi conquistado por uma receita recém-lançada. Esse é um dos feitos da cervejaria em pouco mais de meio ano de existência. Os primeiros meses de fabricação foram promissores, tanto que já estão em andamento a ampliação da linha de produção e o aumento da quantidade de rótulos, como conta o diretor de Operações e cervejeiro Vercilei Bienert. Confira a entrevista que fizemos com ele.

 

Bavihaus - Antes de mais nada, a Big John conseguiu medalha de prata no Festival da Cerveja com uma Weizenbock, recém-lançada no Pub e que ainda não está disponível na garrafa. É a grande conquista da cervejaria até agora, tanto pelo prêmio quanto pelo reconhecimento?

Verci - É claro que a medalha foi uma grande conquista e demonstra que estamos no caminho certo, mas é apenas um pequeno passo para a consolidação e reconhecimento. Entendo que o reconhecimento deve vir, principalmente, dos nossos clientes, apreciando nossos produtos, os quais produzimos com tanta dedicação e carinho.

 

Bavihaus - O momento do anúncio da medalha para a Big John, naquele evento em Blumenau, em que você estava, Verci, como é que foi? Como é que você descreve?

Verci - Não imaginava que no nosso primeiro concurso, com apenas 8 meses de indústria, já conseguiríamos uma medalha, principalmente sendo num concurso tão concorrido. Quando vi a Bierbaum com medalha de bronze pensei que não tínhamos mais chance. Mas aí anunciaram a prata e a surpresa foi grande. Confesso que fiquei sem reação. A sensação é incrível e com certeza pretendo repetir a dose.

 

Bavihaus - Essa cerveja premiada, além das características do estilo, o que ela tem de especial que pode ter sido definitivo para a premiação?

Verci - Amor (rs). Sempre que montamos uma receita nova, tentamos resgatar sua história e suas características originais. Na weizenbock não foi diferente. Acredito que o conjunto da obra (aparência, aroma, sabor, corpo, carbonatação, drinkability) fez com que ela fosse premiada.

 

Bavihaus - Hoje está disponível só no Pub? Quando ela vai para a garrafa para começar a ser vendida?

Verci - Por enquanto somente no formato de chope no pub da cervejaria, porém, em breve já estará disponível nos melhores bares especializados também. Na garrafa, é apenas uma questão de detalhes em relação ao rótulo, já que, com esse prêmio, tivemos que incluir uma medalhinha prata na arte (hehe).

 

Bavihaus - Já que começamos falando de cerveja e não dos primeiros meses de funcionamento da cervejaria, que será assunto nessa conversa, vocês têm mais algum rótulo novo para ser lançado ou pelo menos uma ideia ou intenção de produzir outros estilos?

Verci - Além dos cinco estilos lançados na inauguração da cervejaria e da weizenbock, também estamos com uma belgian witbier pronta em nossos tanques e que logo será lançada. 

Além dessas, o planejamento para 2018 é agregar mais três rótulos em nosso portfólio: um deles será comemorativo para o aniversário da cervejaria, em junho, e os demais serão lançados durante o restante do ano. O que posso adiantar é que serão cervejas das escolas inglesa e belga.

 

Bavihaus - Dos cinco estilos produzidos atualmente qual é o preferido dos consumidores das cervejas Big John?

Verci - O estilo campeão de vendas é o american lager, principalmente por ser comercializado também em formato de chope. Hoje ele representa cerca de 85% do volume de vendas da cervejaria.

 

Bavihaus - A preferência por esse estilo e a aceitação aos demais estão dentro do que vocês imaginavam quando começaram a produção?

Verci - Estamos surpresos com a aceitação de todos os estilos, especialmente a vienna lager que é o segundo mais vendido. É muito satisfatório perceber que todos os estilos têm uma procura muito grande o que viabiliza mantê-los na linha de produção.

 

Bavihaus - Como é que foram esses primeiros meses de funcionamento da Big John, especialmente em relação à produção e à comercialização das cervejas? O que ocorreu conforme o programado e o que foi diferente, por exemplo, mais ou menos difícil?

Verci - Tem sido desafiador. Abrir mercado, introduzir uma nova marca, apresentar produtos diferenciados aos consumidores, dominar equipamentos, processos, enfim. Por outro lado, o reconhecimento do produto, da qualidade e a aceitação das nossas cervejas têm sido surpreendentes. Conseguimos em pouco mais de meio ano o que almejávamos para o final de 2018.

 

Bavihaus - A Big John conta com que estrutura física e de pessoal atualmente?

Verci - Temos uma estrutura física de aproximadamente 1.000m2 entre indústria, setor administrativo e pub. Na indústria são seis colaboradores apenas. A área administrativa, que compreende diretoria executiva, contábil/fiscal, financeiro, comercial e marketing, é composta por cinco pessoas e no pub o quadro de colaboradores é composto por oito pessoas. Temos uma estrutura bem enxuta, porém, tudo funciona como uma engrenagem.

 

Bavihaus - E o volume de produção mensal, de quanto é?

Verci - Atualmente, nosso volume de vendas é de 30 mil litros mensais, porém, temos vários canais de venda iniciando as atividades o que nos dá uma projeção interessante de crescimento nos próximos meses.

Bavihaus - Alguma previsão para aumentar a quantidade de cerveja produzida?

Verci - Em fevereiro iniciamos o projeto de expansão da produção da Big John. Esse projeto contempla a ampliação da capacidade de 40 mil litros por mês para 92 mil litros por mês até o final de 2018.

 

Bavihaus - Sobre a comercialização das cervejas, até onde os rótulos da Big John chegam hoje? E a perspectiva é de expansão?

Verci - Iniciamos a comercialização regionalizada, ou seja, sempre focamos em fortalecer nossa marca no Extremo-Oeste catarinense para depois expandir. Atualmente nossas cervejas estão em quase todas as cidades da região e o projeto de expansão já está em atividade no vale do Itajaí e Serra Catarinense, além de Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo.

 

Bavihaus - O Extremo-Oeste tem, atualmente, uma estrutura de produção de cervejas bem desenvolvida para uma região que até poucos meses atrás não possuía fabricação própria. Há cervejarias em Descanso, Itapiranga, São João do Oeste, Maravilha e Anchieta. Essa “explosão” se deve a que, na sua opinião? Há mercado consumidor aqui na região para todas essas cervejarias?

Verci - Acredito que essa explosão se deve a dois motivos. O primeiro deles é o crescimento do consumo de produtos artesanais pela “gourmetização” de tudo, entre eles, a cerveja. O segundo é uma fatia de mercado inexplorada, fatia essa que representa menos de 2% do volume de cervejas consumidas no Brasil.

Acredito que há espaço para todas as cervejarias artesanais sim, pois, a concorrência da cervejaria artesanal deve ser as cervejas mainstream ou seja, aquelas mais populares produzidas para consumo massivo e não as próprias microcervejarias.

 

Bavihaus - Sobre as preferências dos consumidores, você imagina que a migração para o consumo de cervejas artesanais ainda é algo muito precoce, apesar de estar em franco desenvolvimento? E essa mudança de comportamento vai continuar? A existência de produtos locais e regionais colabora para que as pessoas passem a preferir produtos diferentes?

Verci - Percebemos claramente que essa migração é constante e crescente. No nosso pub mesmo, clientes que começaram consumindo american lager, hoje não abrem mão de uma boa IPA. Também há aqueles que estão migrando das cervejas populares das grandes indústrias para o chope ou a cerveja artesanal, que estão, sim, cada vez mais populares. Isso se deve aos produtos diferenciados, mas, também ao fácil acesso e preços que já são bem mais acessíveis do que alguns anos atrás.

>> As fotos desta postagem foram cedidas pela Big John. Registramos, aqui, nosso agradecimento pela cessão das imagens

 

#Bavihaus, a casa da cerveja em #SMOeste, #Itapiranga e #Blumenau!

Escrito por

0 Comentários

  1. Deixe um Comentário