Falou em cerveja, é com a gente! Mas também somos apaixonados por outras bebidas. E por isso, resolvemos falar um pouco de um assunto fora do comum (pelo menos para a gente), mas muito dentro do nosso contexto: as Sidras. Ou seriam cidras?

De um modo geral, a gente conhece por Sidra a bebida fermentada a partir do suco extraído da maçã. Isso porque, por anos, uma empresa aqui no Brasil explorou o mercado de espumantes com a sua Sidra (com S). Era conhecida como o "Champagne Barato", entregue nas cestas natalinas de muitas empresas e vendida em quantidades consideráveis nos supermercados. Desse modo, fazia parte das celebrações de muitas famílias brasileiras.

 O nome Sidra, com S, está correto. Isso porque Cidra, com C, é uma bebida (geralmente não-alcoólica) resultante do suco de Citra (foto acima), um parente mais velho do limão siciliano, que também é usado para fazer refrigerantes.

O MERCADO DE SIDRA
O mercado tem evoluído ao longo dos anos. Até mesmo essa tão famosa marca brasileira tem mudado suas estratégias e hoje possui espumantes premium feitos a partir do suco de maçãs selecionadas, com critérios mais rigorosos e processos mais modernos. Possui também espumantes sem álcool e saborizados (pêssego, morango, frutas vermelhas, etc). Isso sem falar nas versões DemiSec e Brut!

Esta mudança se deve muito ao mercado europeu, maior consumidor de Sidra do mundo. Por lá, é muito comum as pessoas trocarem a cerveja ou um suco por uma Sidra, visto que seu teor alcoólico pode variar de 3% a 8%. Na França, por exemplo, algumas Sidras de baixo teor de álcool (sweet cider) são servidas nos "chás da tarde" em dias de muito calor. Existem algumas versões que são elaboradas e trabalhadas em caves, com todo o requinte que um espumante merece.

No Brasil, temos visto surgir algumas marcas de Sidra, ampliando a nossa possibilidade de compra. Porém, muitas fábricas ainda são pequenas e não conseguem atender ao mercado nacional. Além disso, o Brasil ainda não é um grande produtor de maçã, visto que a variedade de maçã ideal para fazer Sidra não é exatamente a mesma que a gente compra nos mercados.

CATEGORIZANDO AS SIDRAS
O mundo das cervejas é categorizado por um Guia de Estilos desenvolvido por pessoas que estudam os processos de produção e os fatores históricos das cervejas. O mesmo acontece com as Sidras.

O Guia mais completo e utilizado é o BJCP (Beer Judge Certification Program), que é o Programa de Certificação de Juízes de Cerveja. Nesse guia, há também diretrizes que balizam e diferenciam as Sidras e os hidroméis. Esse guia divide as Sidras feitas com maçãs das que são feitas com peras e também divide os estilos em sidras francesas, sidras inglesas e sidras do novo mundo, cada uma com seus métodos de produção e fatores históricos correspondentes.

COMO BEBER SIDRA?
As sidras são muito versáteis. É possível bebê-las por si só ou misturá-las com outras bebidas (coquetéis). Da mesma forma que os espumantes feitos a partir de uva, a Sidra possui variações mais secas e variações mais adocicadas. Portanto, grande parte dos drinks feitos com espumante de uva pode ser substituída por Sidra, que é, na verdade, um frisante de maçã ou pera.

Outro fator que contribui para a utilização de Sidras em vez de espumantes feitos com uva, é o teor de álcool. Por terem um grau alcoólico mais baixo, as Sidras podem ser consumidas em maiores quantidades, acompanhando uma tendência de consumo mundial que busca bebidas menos alcoólicas, mas sem perder as qualidades gustativas e aromáticas.

E aí, ficou com água na boca? Então bora provar uma Sidra, seja de maçã ou pera, e contar a experiência para os amigos. Deixe a Sidra te surpreender!

Grande abraço.